quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Do comunismo primitivo ao feudalismo: evolução ou regressão



A evolução do ser humano não compreende apenas características físicas, mas principalmente sociais e intelectuais. Foram várias as fases pelas quais a sociedade humana passou ao longo de sua história e que modificaram sua estrutura diretamente.
O comunismo primitivo foi de extrema importância para o desenvolvimento humano em relação à sociedade nômade do período pré-neolítico. Aprendeu-se a valorizar a coletividade, o lucro do trabalho ( geralmente alimentos) eram distribuídos entre todos, o espaço de moradia era bem distribuído, apesar de não haver uma organização estrutural ou a idéia de propriedade e bens privados. O comunismo primitivo é também estudado como uma fase “ inocente” da humanidade, talvez por visar o bem-estar comum a todos e não a manutenção desenfreada do consumismo para obtenção de lucros.
Entre os séculos V e X a sociedade européia praticamente abandonou as suas raízes rudimentares. Com a queda do Império Romano e as constantes guerras a população sofreu um processo de ruralização, fazendo surgir a necessidade de organizar a vida em sociedade, já que é natural que o ser humano sobreviva em grupo. O interesse e a busca por conhecimento quebrou antigos dogmas e mudou a concepção do homem sobre si mesmo. Dessa forma, o feudalismo veio instituir um conjunto de práticas que envolviam a ordem econômica, social e política.
Contudo, o que havia inicialmente se mostrava um programa eficiente de controle social, foi perdendo o mérito. O crescimento demográfico modificou a auto-suficiência dos feudos. Mesmo com o aumento das atividades agrícolas e comerciais, a escassez de alimentos se tornou um problema crônico. A grande massa populacional não tinha comida, apenas o senhor feudal possuía a garantia de permanecer com o seu estilo de vida, justamente por ser sustentado pelo empobrecimento da população através das altas contribuições destinadas a este. No entanto, o sistema feudal apresentava muito mais falhas: não havia mão-de-obra satisfatória para atender a demanda dos senhores feudais. Este foi apenas um dos fatores determinantes para as revoltas dos camponeses ( servos dos senhores feudais), que ocorriam com mais freqüência.  O acumulo de produtos confeccionados e a ausência de mercado para esses produtos estagnou a economia e a crise que se seguiu fez o sistema feudal ruir.
De fato, a humanidade precisava vivenciar esses dois momentos em sua história: o comunismo primitivo de regras voltadas ao desenvolvimento do grupo e saneamento das necessidades básicas e o feudalismo com sua hierarquia descentralizada, política de organização com um senhor feudal e desenvolvimento comercial e agrícola. Ambos tiveram uma parcela considerável no desenvolvimento da humanidade e abriram as portas para a Era das Revoluções.
Resta-nos concluir se este novo começo que implantou a Lei do Consumo é realmente beneficente a sociedade atual, ou será apenas mais um meio de disfarçar a alienação de nossas necessidades. E se o objetivo era criar uma sociedade “mais justa e igualitária”, creio que não avançamos muito. Ao contrário, se continua  paralisado pelas teorias, quando a prática seria mais viável.




Autora: Celaine Gomes dos Santos












3 comentários:

  1. A realidade é como o texto diz, tudo na teoria é facilmente explicado e justificado. Apartir do momento em que chegamos na prática, percebemos que não importa por quantas experiências podemos passar ou vamos passar, nunca estará bom para todos.

    Jarbas Souza

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  2. realmente, acredito eramos bem desenvolvidos até certo ponto. A corrupção em nosso caratér nos alienou, e a tendencia infelizmente é piorar. apesar de toda tecnologia e modernidade, regredimos como seres humanos.


    Priscila Meira

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